Passado...

Terei de renegar as malditas raízes para que os demónios desapareçam?
Já não basta gritar, chorar, ir embora. A dormência permanece-lhes...
Chega uma carta para a semana. É o meu sangue em cetim.
Junto envio um bilhete a dizer:
... A morte sorriu-me. Eu pedi-lhe dois tiros. As balas são sementes. Delas nascerá a árvore do vosso orgulho. Uma corcunda. Com ramos pendentes de culpa. Não saberá o que é o Verão, a Primavera. Não saberá o cheiro das flores, a cor do Outono quando o reflexo do sol brilha sobre a sua pele. A seiva a escorrer pelas suas costas...
A ela o destino ditou a atrofia num saco, rede em metal.
Desenvolve-se o enjoo, o vómito que ainda se sente nas entranhas e não se consegue expulsar.
Um dia destes queimo. Sucumbo à vossa demente estupidez. Cuspo as palavras, ofendo-me e nem assim ela dorme comigo.
Já quis um fim. Agora silêncio...

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