btonga: janeiro 2009

S...

@Su

Acordar... Um país novo todos os dias, quase todos os momentos.

Noutros a intensa repetição do detalhe que me apaixonou.

Desde logo.

Lado a lado na sala de aula. 3 palavras, o teu tímido sorriso, a minha ingénua confiança.

O depois? Esse é um pássaro... Migratório. Vi-o um dia.

Quando os olhares se encontraram e se perderam no ar.

Por tudo o que me fizeste sonhar.

E tanto por fazer, por inventar, sabes... hoje sei que corremos mais do que a vida.

E sabe bem. Custa a ausência, o toque que não é diário... Mas aí acabo por tropeçar em ti quando penso que nos estamos a perder. Um pacote de açúcar, um iogurte, uma fotografia, as réplicas das gotas no azul...

E hoje acho que... já te disse?

Lá vai ele, livre... O nosso mundo.

Oo0o000000OOo0o0oooooOOOOOOooo

.....................ooo0o0ooooo0o0oooooo0o

Ao meu infinito S...

Habitacion 26...

@Ana

Uma casa. Cheia em mim. Aqui.. recordo, navego até ao puxador da porta.

Do outro lado alguém solta a chave e me deixa entrar.

Um dos últimos abrigos antes de... Um dos primeiros portos a que quero voltar...

Ela pensa, na sua arrumada tranquilidade, ao lado da madeira amiga.

Sorri enquanto se esconde, olha em mil direcções, pinta.

Ela no andar de cima, protegida pelo calor e pelas palavras que esvoaçam entre as cortinas.

No seu escudo defende o castelo, mantém perto de si as certezas. Uma ternura camuflada.

Ela de expressão carregada enquanto se debate com as fantasias da caixa mágica. Uma praia, o sol que adormece no regaço da água e a areia que traz de novo a infancia.

Juntas... sonhando os dias à mesa... enquanto... se fala, ri e chora. Em família.

A vocês... Caty, Rrrita e Cagoitas

Ao Márcio...

Podia ser outra foto. Outro momento. São tantos. Este foi lindo. Como muitos dos que passámos juntos. Na alegria infantil, no desinteresse da partilha. Em tua casa, fazendo mil e uma coisas, desejando fazer sempre mais. Quando chegaste, quando estudávamos, quando saíamos, quando limpávamos, quando parecia não existir tempo. A travessa Anna Silva. A directa para geografia. O filme de terror na sala. Recordo... com o coração.

Como no último dia em que tive contigo. Antes das férias. Foi um adeus doloroso. Boas Festas. Tudo de bom. Continuo a querer assim. Apesar de ter sido e ser má. Contigo, comigo, com o que acreditávamos. Ainda não aceito porque tenho de falar no passado... Porque é que parece o fim da estrada, da amizade...

Lembras-te da última vez que chorei ao pé de ti? Estávamos na tua sala. Eu disse-te: Tenho saudades de rir contigo, das nossas brincadeiras, do meu amigo Márcio.

E agora escrevendo enquanto sinto o nó na garaganta é grande. Porque o tempo vai... e tenho de aceitar isso. Não é justo. O que passa que já passou e não nos dá paz. E dizer isto assim. Aqui. Desculpa. Estou longe e vivo com isso. E com saudades. Tuas. Pode ser que um dia passe... E o nosso olhar se encontre de novo. Fica bem. Um abraço amigo.

Voar...

@Ximo

Am i starting to break?

I almost saw the end of the road...

It's the emptiness... Far, still far away...

I say hello... An invitation for the return... I have to go...

Where and when... my soul is on the groove.

Love...

@Ana

Big. Small. Me. You.

Branco. Preto. Juntos.

Music. Fear. Blue.

Tudo. Nada. Juntos.

Words. Thougths. Hope.

Sim. Não. Branco.

Repeat. Rewind. Reload.

Vida. A nossa...

Meu Alentejo...

A pedra que levo em mim. Até ao fim... desde que...

Um ponto no hemisfério, a minha lua de todas as estações, onde o sol é de facto maior...

A duração que é real... A permanência que não se esquece...

O meu bem mais precioso, o meu alento, o meu labor, a minha gentil e velhinha noite.

Vocês.

As palavras que não consigo dizer, as lágrimas que passeiam onde quer que vá...

De Évora... para a infinita bússola cardíaca que me leva...

Há saudade...

Los peligrosos...

Mis compañeros... los locos... la musica... encenar, empezar, cambiar... la vida!

Ainda só duas semanas e tanto...

O cuidado dele, a calma dela, as brincadeiras dele, as conversas dela.

O trabalho.

O carro dela, o desporto dele, o desafio, a vontade de ir...

Já? Ainda...

Si... amistad...

À nossa torre de babel... que aquece os dias... Obrigado!

AbOuT...

Fui ao banho... Deixar nos azulejos os restos de ontem.
Tu, ausente numa outra fantasia. Volto.
Tu entre as espigas. Paro e vejo como a vida passa pelos teus cabelos. Pasmo.
A inocência sobressaltada pelo cronómetro.
Já não estou. Mas...

No remoinho das conchas ainda me sentes?

Nos bolsos um bilhete. Teu?
As calças é certo que o são.
Acho que ainda sonhas. Com o acordar que trago quando saio da gaveta.

Bom dia...

*** Ubuntu ***

Incógnita...

E se um dia me esquecer?
O que foi, que é, que quero que seja mas que pode deixar de ser.

Ou será que já era?
O piloto automático que segue em frente.

A esfera que lateja sobre o chão sem inventar o seu rumo.

Aqui, paragem obrigatória. A vermelho as montanhas no horizonte.
Nas torres a ferida oculta que se assusta e demora.
Já lá vai a pena ao vento. Uma fresca obsessão devolve o sono.

O ar e os lençóis.

Road trip...

"...

Verdes, amadurecem

Os corações;

Velhas, rejuvenescem

As ilusões;

E na mesma fogueira onde se aquecem,

Comungam sentimentos e paixões. "

Ao Sol - Miguel Torga

... Vão! Sigam as rotas que os sorrisos ordenarem...

Fiquem por aí sem pensar no amanhã...

Olhem para cima, para os lados, para baixo...

Nas vossas pegadas seguirei também...

... R, S, M, S ...

Para ti...

Um pequeno olá de PARABÉNS...

Um sorriso daqui... Um até já...

A saudade...

(Dadas as limitações informáticas da minha pessoa o vídeo já realizado será enviado por correio assim que possivél...)

Diverte-te muito Rekiiiiiiii !

GOSTI**********

La Sagrada Familia...

@Ana

E todos os segredos a ti vão dar...

Natureza...

Soundtrack...

@Ana

The music... it's always the music já dizia um amigo meu...

No trabalho, ao escorrer da água pelos meus dedos...

Em casa, nos corredores da memória...

Na miragem, de que todos estão mais perto...

Listen... and enjoy...

David Guetta and Chris Willis - Love is gone

Susana Félix - (bem) na minha mão

Everything but the girl - Missing

Zeca Afonso - Venham mais cinco

Incubus - Dig

The Goo Goo Dolls - Iris

Deepest Blue - Deepest Blue

Baywatch Full Theme

Bob Marley and the Wailers - Roots rock reggae

Colbie Caillat - Realize

Corinne Bailey Rae - Like a star

Damien Rice - Cannonball

Dartacão

David Guetta and Chris Willis - Love don't let me go

Duarte Rosado - Leva-me contigo

El Canto del Loco - Zapatillas

Extremoduro - Salir, beber

Garbage - Only happy when it rains

INXS - Mystify

Jason Mraz - I'm yours

Les Saint Armand - Não sou de ninguém

New Radicals - Someday we'll know

Oasis - Wonderwall

Rub - Bom dia

The cardigans - Erase and rewind

Mesa - Vicío de ti

....... to be continued...

El gran voluntario...

...6 pessoas...

Babalon - alemã, 23 anos, trabalhava numa livraria

Felix - espanhol, 55 anos, trabalhava numa imobiliária

Ana - portuguesa, 24 anos, arquitecta paisagista, trabalhava numa cafetaria

Ximo - espanhol, 30 anos, trabalhava num supermercado e num ginásio

Ruth - espanhola, 27 anos, enfermeira, esteve 2 meses no Senegal como voluntária numa comunidade

Juan - espanhol, 34 anos, fotógrafo profissional

O prémio: ir a África

O público: os funcionários da Humana

Os objectivos: contribuir para o desenvolvimento social, económico e cultural de Moçambique

Já começou... já passaram 9 dias...

Lda...

Vamos ser activistas?
Vamos.
Então vá. Eu daqui, tu aí.
Sim.
1, 2, 3... Qué tal?
Si a ti te gusta a mi me encanta!

Pelo correio trocaremos nossos cravos. A rima no intervalo certo.

Adivinhar-te enquanto tu me inventas. As folhas escritas a esvoaçarem pelo céu.

Dizem que em África o tempo não acaba. Aqui parece que se demora um pouco mais.

Acho que espera pela tua boleia para seguir para sul.

Outro camarada. Anónimos vigiamos a Primavera.

No campo, onde os astrolábios se cruzarão.
Pressinto novas ordens.

Bravo Oscar Lima Hotel Alfa.

A velha...

@Ana

Ia caminando. Parou. Se quedou um poquito. Mirando o que nosostros estabamos haciendo.

Perguntei-lhe onde era a igreja.

Recto, diretcha, tu primero mano à la iskierda.

Agradeci. Sorri de cansaço.

Perguntou-me se já tinha comido.

Sacar una foto para mi madre.

Hasta luego...

Até sempre...

Tareas...

@Ana

Marcelo, soldado do cobre e Rosa, sorriso carmim no inventar da força, dão o mote para a segunda lição. repousam as vassouras, as latas, a lixa, o martelo. A mesa compõe-se.

Rosa: Ana, bien aqui.

Marcelo: Mira, te bamos a explicar como se hace aqui en la oficina.

Tranquila... En la calle es diferente.

Vá, deixa a angústia para trás. O tempo é o teu reinado. A tinta o teu povo.

Remetendo ao lume as minhas penas... Suporte.

O cabelo e as suas histórias. Olham, reparam. A neve caiu sobre mim, em fagulhas douradas.

Que me deixem estar. Será esta a minha tarefa.

Adn...

@Ana

Andanças. Anda. Dança.
Tu cantas o eco em mim.
Não adormeço. Que agulha fere a tua camisola?
Não é a minha certamente. Quem me dera que essa mancha fosse o meu pudor descoberto.
Ainda… O chão a ir, respeita-a. E inconstante o dó… ré, mi.
Pensar… Será que a dor me vai ficar?
Percussão que passa pela fisga da minha cintura.

Ai veneno que se improvisa…

Km 13...

@Ana

Por la carretera B-124, yo e Daniel:
A: O que é Airesol A-B?
D: Es un pueblo.
A: Ah…

As escamas do tempo enquanto pinto. Daniel pergunta-me de ti.

Explico-lhe que corremos em várias direcções.

Ao fundo vejo-me com 10 anos. Uma bola que se esconde e que eu tento alcançar. Uma finta ao asfalto para ir até à areia. Passo. Remato.

Bordada a minha sorte a fio de prata. O do balde de tinta que hoje me conduziu.
E Daniel, um pacato naturalista do Equador.

Tem uma filha de 9 anos e está há dois em Espanha. Os últimos três antes disso passou-os sozinho com ela na terra natal, enquanto a sua esposa se estabelecia por aqui. É sereno, conversa como quem escuta. É o meu mestre do manteniemento, de los contenedores.

Por la carretera… por la Catalyua…

A...

@Ana

Voltas e voltas... na insónia.

Aguardo um olá do outro lado do lado de lá que cá não há...

Caminando...

@Ana

"Quan s'obre la nit,
plena,
la ciutat que és una sola
queda absorta
entre fonema i fonema.
Què dius?
Rius en cada nota.
Camín amb la sordina posada
cap a la libertat..."

Menorca Blues - Edgar Alemany

Quando sobre a noite plena,

a cidade é uma só

fica absorta

entre fonema e fonema.

Que dizes?

Ris em cada nota.

Caminhamos até à ruidosa pousada

cabeça na liberdade...

Hoy...

@Ximo

Manhana excursion a Barcelona com mis nuevos compañeros!

Ainda mal falo, ando devagar, e vou tropeçando... E vou... Sorrindo!

Bicho...

@Soraia

"Porque sonhar é bom e eu sei que estou bem..."

Les Saint Armand

...Doces letras...

Carta...

Entre nós muitas milhas. A caixa mágica que não troca de vestido. A Pandora guardada no armário. As bailarinas desenham o céu. Que me leva aí, que me traz no tapete voador as estrelas. Brinco no trompete novos desafios.

A melódica das minhas veias pulsa enquanto a ligação treme.

Grave a vontade... deixo a ansiedade nos teus dedos que aqui perto tocam. No peito vozes, as vossas que não me deixam hesitar. Que me tiram o o sono e me devolvem a vida.

Adivinho os sobreiros ao fim da tarde, enquanto no riacho a folha se escapa.

Estou. Onde o mundo nos junta...

Tudo... Todos.

... A esse belo jantar que foi um grande companhia. Espero pelas fotos!

Passado...

Terei de renegar as malditas raízes para que os demónios desapareçam?

Já não basta gritar, chorar, ir embora. A dormência permanece-lhes...

Chega uma carta para a semana. É o meu sangue em cetim.

Junto envio um bilhete a dizer:

... A morte sorriu-me. Eu pedi-lhe dois tiros. As balas são sementes. Delas nascerá a árvore do vosso orgulho. Uma corcunda. Com ramos pendentes de culpa. Não saberá o que é o Verão, a Primavera. Não saberá o cheiro das flores, a cor do Outono quando o reflexo do sol brilha sobre a sua pele. A seiva a escorrer pelas suas costas...

A ela o destino ditou a atrofia num saco, rede em metal.

Desenvolve-se o enjoo, o vómito que ainda se sente nas entranhas e não se consegue expulsar.

Um dia destes queimo. Sucumbo à vossa demente estupidez. Cuspo as palavras, ofendo-me e nem assim ela dorme comigo.

Já quis um fim. Agora silêncio...

Por la carretera...

@Ana

Tem sido assim... quase sem paragens. Em fragmentos de espaço, o vazio somente da minha mente que se quer libertar. O peso das costas a ficar entre a medula e a curva mais bonita.

Do Caramulo a Coimbra. Até Espanha...

À boleia... da boa-vontade, da ajuda humilde. Lá cheguei... ao destino.

Voltarei... ao meu bem mais precioso... B....

Hablando...

A primeira reunião, esta mais informal e com a nossa tutora - Sílvia.

À minha direita, de forma entusiasta explica os planos e as responsabilidades que teremos daqui para a frente. Atento, Juan a meu lado ouve em silêncio. Ruth sorri, a seu lado Ximo brinca. O seu tranquilo azul revela um companheirismo que nos tem aproximado.Ja se partilham ideias, gostos e sabores. Babalon mais atrás tenta disfarçar a incompreensão do discurso com um sorriso. Felix oferece-se para continuar a ler os pontos que envolvem a vivência na nossa casa.

Estamos no bom caminho... que venham os dias preenchidos!

Empezar...

@Ana

O início.

A inauguração do programa de DI's - Instructores de Desarrollo.

As boas-vindas são dadas no calor da cantina enquanto o sol e o frio catalão entram pela janela.

Somos nós a novidade. Do outro lado a cumplicidade de quem é permanente e se habituou a ver outros chegarem para depois partirem.

Agora é a nossa vez, o 8º grupo de voluntários no programa da Humana em Espanha.

Juan - Madrid, fotógrafo, viveu em Inglaterra e na Irlanda

Ximo - Valência, gosta de desporto, olho azul sincero e brincalhão

Ruth - Madrid, enfermeira, esteve 2 meses no Senegal a trabalhar

Babalon - Alemanha, trabalhava numa livraria, sorridente e tímida

Félix - Cadiz, calmo e prático, é o mais velho do grupo

Lá vamos, ainda estranhos os caminhos, a precaução no olhar. Reunião e distribuição de tarefas. A sorte do meu lado. Ficarei nas oficinas a reparar os contentores que recolhem a roupa. Pintar, limpar e promover. Daqui a uns dias irei para a "calle" (rua). De "coche" (carro) para fazer o mesmo mas pela Catalunha. O meu orientador é o David, rapaz alto e bonito, seguro connosco. Os meus colegas são o Marcelo, argentino, e Rosa, espanhola sorridente e de rosto forte. Estou no rés-do-chão, na primeira linha. Nada mais peço. Ouço, tento falar e procuro aprender.

Pareço fazer parte. A roupa assim o dita. O coração assim o sente.

... A força chega e eu pernoito. Basta-me sonhar.

Nuevos dias...

@Ana

Encontro na torre de babel... e um pequeno jardim que emigrou.

Aqui já (re) nascem novos recantos. Deram-me pistas, mostraram-me sinais. Começo enfim a sossegar...

Ainda trepidante... como os carros que vejo da janela do meu novo quarto.

Os passos cuidadosos entre as divisões que mal se conhecem. A partilha da mesa onde se confortam os sentidos.

E a curiosidade... Do que não sei de mim, deles, da minha nova casa, de uma família que se irá definir...

A vista... essa relembra a paz de meu abrigo.

Confio... em tanto!

Manhana es lo primero dia de lo programa... :)

Partida...

Nova aventura... Chegou o dia.

Malas feitas, amuletos guardados, carinhos e olhares no mapa da pele.

Agradeço o momento. A impulsão dada por uma vontade que se construiu peça a peça, em partilha e num trabalho de equipa.

Vão comigo... naquele local que só vocês conhecem e onde somos o tudo e o tanto que é puro. Prolonga-se a estrada que nos une e o tempo é uma miragem da saudade.

Relembrando dois aventureiros nos segundos do até já... Tenham juízo, que eu tenho pouco... Sejam felizes!

... A vocês... B****

Seguir...

Retirar a neblina.

O oriente da electricidade ao cair do teu odor.

O ocidente da desigualdade na fervura do teu calor.

Anarquia das expressões, gestos sincronizados, dois dedos em ameno compasso.